�Um livro not�vel, especialmente actual no momento em que vivemos, levando-nos a reflectir sobre a paz no di�logo e no entendimento com o outro� _ foi com este tom apolog�tico que M�rio Soares apresentou ontem O S�culo do Mart�rio, perante o autor, Andrea Riccardi, e o prefaciador desta edi��o, o cardeal-patriarca de Lisboa, que foi tamb�m o anfitri�o da sess�o de lan�amento, no mosteiro de S. Vicente de Fora.
Andrea Riccardi ouviu M�rio Soares fazer o seu elogio como �grande historiador de vasta obra publicada� mas sobretudo como autor da �sua obra mais extraordin�ria, a Comunidade de Santo Eg�dio�, que promove o di�logo entre diferentes religi�es e entre crentes e n�o crentes. Tendo conhecido a comunidade em Assis e participado nos encontros de Bolonha, Roma, Bucareste e Lisboa, Soares confessou-se impressionado pelos esfor�os que a comunidade faz para a compreens�o e respeito pelo outro e para o acompanhamento dos que mais sofrem, ajudando-os a manter a sua dignidade. Quanto a S�culo do Mart�rio, obra de que fez o resumo, cap�tulo a cap�tulo, M�rio Soares lembrou que ela resultou da paix�o de Riccardi pelo arquivo relativo aos m�rtires crist�os do s�culo XX. Ainda que ponha reservas ao cap�tulo referente ao mart�rio durante a guerra civil de Espanha (�falta-lhe o contraponto dos pecados da Igreja�), real�ou que se trata de �uma obra notabil�ssima para todos n�s, que vivemos suspensos entre a a paz e a guerra�.
Andrea Riccardi agradeceu a �bondade de laico� com que M�rio Soares tinha falado t�o bem de si, lembrou que os dois tinham iniciado o di�logo entre laicos e crist�os, elogiou a capa desta edi��o da Quetzal, melhor que a italiana, reconheceu que tinha sido �unilateral� na quest�o de Espanha e sublinhou a d�vida que este livro tinha em rela��o ao Papa. Por fim, D. Jos� Policarpo afirmou que, pela primeira vez, o tema do mart�rio do s�culo XX � tratado com o rigor da cr�tica hist�rica.
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