O primeiro contingente de for�as da paz da Comunidade Econ�mica de Estados da �frica Ocidental (CEDEAO) aterrou ontem na Lib�ria com o objectivo de p�r fim aos confrontos sangrentos que h� dois meses se verificam na capital do pa�s, Monr�via, e que fizeram centenas de v�timas civis.
Para j� s�o apenas 40 _ outros 60 estavam previstos chegar durante a noite _, dos 1500 que o Governo da Nig�ria prometeu enviar, e integram-se numa for�a multinacional de manuten��o da paz (Ecomil) que pode chegar a 3250 homens at� 1 de Outubro. Al�m da Nig�ria, que enviar� o maior contingente, tamb�m se comprometeram com soldados o Benim, Gana, Mali e Togo.
Cansados dos combates, a morrer de fome e das balas, os liberianos receberam os soldados com al�vio e alegria. Assim que os dois helic�pteros brancos das Na��es Unidas desceram no aeroporto Robertson e os soldados tomaram as suas posi��es, ouviram-se comemora��es nas ruas de Monr�via. O coronel Emeka Onwuam foi mesmo levado em ombros pela multid�o.
Quanto a soldados dos EUA, t�o desejados pelos liberianos devido aos la�os que unem os dois pa�ses (a Lib�ria foi fundada por antigos escravos americanos no s�culo XIX), n�o figura a sua presen�a na resolu��o da ONU que autoriza a interven��o de uma for�a internacional. Por�m, Washington disponibilizou dez milh�es de d�lares para financiar o come�o da opera��o e, diz a BBC, h� navios de guerra ancorados ao largo, prontos a navegarem at� � costa liberiana assim que os militares africanos estejam no terreno.
S�kou Damate Conneh, presidente do grupo rebelde Liberianos Unidos pela Reconcilia��o, voltou a afirmar em Roma, onde se encontra de visita a convite da comunidade de Santo Eg�dio, que os seus soldados se preparam para retirar. �Estamos prontos para receber a for�a de paz na Lib�ria. Assim que esta se encontre colocada na cidade e no porto para salvar os civis, estamos prontos a retirar imediatamente�.
Tamb�m o Presidente Charles Taylor, que anunciou j� por diversas vezes que abandonava o pa�s, mas permanece no seu pal�cio de Monr�via, se congratulou pela chegada da for�a internacional, se tal representar o �fim dos bombardeamentos sobre civis inocentes�.
A Ecomil tem por miss�o fazer cumprir o acordo de paz assinado entre os rebeldes e o Governo liberiano no passado m�s de Junho, em Accra, no Gana. O acordo prev� um cessar-fogo e a sa�da do pa�s do Presidente Taylor. Este prometeu no dia 11 aceitar a oferta de asilo pol�tico da Nig�ria. Sob a sua cabe�a pende um mandado de captura emitido pelo Tribunal Internacional para a Serra Leoa, por crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos durante a guerra civil na Serra Leoa.
A situa��o humanit�ria em Monr�via mant�m-se cr�tica, com a popula��o aglomerada no centro da capital por temor a ser apanhada pelos combates. O porto est� na m�o dos rebeldes desde a semana passada, mas os soldados governamentais mant�m o controlo de uma ponte estrat�gica.
Ant�nio Rodrigues
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