Comunità di S.Egidio


 

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04/09/2006


Religi�o n�o pode justificar terrorismo, diz papa Bento 16

 

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Bento 16 disse na segunda-feira que ningu�m tem o direito de usar a religi�o para justificar o terrorismo, e prop�s um maior di�logo inter-religioso para evitar que o ciclo de �dio e vingan�a contamine as futuras gera��es.

As declara��es constam de uma mensagem a l�deres religiosos de todo o mundo reunidos em Assis, cidade natal de s�o Francisco, na It�lia. O evento marca o 20o. anivers�rio de um encontro inter-religioso promovido pelo antecessor de Bento 16, Jo�o Paulo 2o.

"� il�cito para qualquer um usar diferen�as religiosas como raz�o ou desculpa para a viol�ncia contra outros seres humanos", disse o papa no texto.

A uma semana do quinto anivers�rio dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, o pont�fice n�o fez nenhuma men��o espec�fica ao Isl�. Mas a refer�ncia ao ataque cometido por militantes da Al Qaeda era clara. Bento 16 afirmou que o novo mil�nio come�ou com "cen�rios de terrorismo que nem come�aram a se apagar".

O papa, que no passado fez apelos espec�ficos a l�deres mu�ulmanos contra o terror, disse que os dirigentes religiosos t�m o dever de elaborar uma "pedagogia da paz", que ensine aos jovens o valor do di�logo entre as diferentes culturas e religi�es.

"Nunca antes tivemos tanto a necessidade dessa educa��o quanto agora, especialmente se olharmos para as novas gera��es. Tantos jovens em �reas marcadas pelo conflito aprendem sentimentos de �dio e vingan�a, em contextos ideol�gicos onde as sementes de antigos rancores s�o cultivadas e as psiques s�o preparadas para a futura viol�ncia".

No s�bado, a Al Qaeda conclamou o presidente dos EUA, George W. Bush, e todos os n�o-mu�ulmanos, especialmente norte-americanos, a se converterem ao Isl� e abandonarem suas pr�ticas "equivocadas". Do contr�rio, disse o grupo, haver� consequ�ncias.

O alerta foi feito em um site por um orador identificado como Adam Yahiye Gadahn -- um mu�ulmano convertido, que estaria envolvido numa campanha de propaganda para a Al Qaeda.

Um dos principais participantes da reuni�o de Assis foi Ahmed Al Tayyeb, reitor da universidade Al Azhar, do Cairo, centro hist�rico do conhecimento do Isl� sunita. Al Tayyeb � considerado um dos l�deres mais influentes do mundo mu�ulmano.

Ele lamentou que muitas vezes as vozes dos l�deres religiosos em prol do di�logo pare�am "gritos no deserto". A reuni�o de Assis foi promovida pela ordem franciscana e pela Comunidade de S�o Egidio, um grupo pacifista internacional com sede em Roma.

Philip Pullella