Comunità di S.Egidio


 

PlusNews

10/07/2006


MO�AMBIQUE: Stephen Lewis aposta na imagina��o e justi�a

 

Crian�as seronegativas de m�es seropositivas saudaram com muita alegria, na passada sexta-feira, o Enviado Especial das Na��es Unidas para o HIV/Sida em �frica, Stephen Lewis, em visita � cl�nica pr�-natal da Comunidade de Santo Eg�dio.

A cl�nica assiste a m�es gr�vidas HIV+ com a triterapia antiretroviral, que at� agora permitiu que dois mil beb�s nascessem seronegativos.

Impressionado com o sucesso da cl�nica, Lewis observou, contudo, que a seropreval�ncia, em Mo�ambique, � preocupante se comparada � tend�ncia de estabiliza��o noutros pa�ses da regi�o.

Na faixa et�ria dos 15 aos 59 anos, a seropreval�ncia, em Mo�ambique, � de 16.2 por cento.

Lewis disse que era particularmente urgente estender o tratamento para fora da capital, Maputo, e atingir 55 mil pessoas at� o final de 2006, contra as actuais 20 a 28 mil.

Segundo ele, esse aumento deve incluir a preven��o da transmiss�o vertical.

�No ocidente, como no meu pa�s, Canad�, nenhuma crian�a nasce HIV+. Temos m�todos de prevenir isso. Porque � que a vida de uma crian�a africana tem menos valor que a de uma crian�a do ocidente? � imperdo�vel�.

Promessas tra�das

Lewis disse ao PlusNews que o tratamento de HIV pode ser sustent�vel se os pa�ses do G-8 n�o tra�rem as suas promessas. Acrescentou que sinais deles cumprirem com as suas palavras n�o t�m sido bons e que o Fundo Global para a Sida, Tuberculose e Mal�ria precisa de mais de um bili�o de d�lares para este ano.

Contudo, para Mo�ambique o problema n�o � tanto financeiro. O Ministro da sa�de, Dr. Ivo Garrido, e outros respons�veis da �rea, disseram a Lewis que o maior desafio s�o os recursos humanos em todos os sectores, n�o apenas na sa�de.

Lewis foi informado sobre a forma��o de enfermeiros para a administra��o de ARVs e planos de aumento de locais de tratamento nas onze prov�ncias de Mo�ambique.

Defensor das mulheres, Lewis recordou que devem ser feitos esfor�os para abordar a desigualdade de g�nero, que �conduz a epidemia�.

No Hospital Central da Beira, prov�ncia de Sofala, Lewis viu o impacto da Sida entre as mulheres, que at� ocupavam os corredores por falta de camas.

�Cerca de 90 por cento dessas mulheres sofriam de doen�as relacionadas com a Sida, e muitas delas jovens dos 20 a 30 anos�, comentou Lewis.

Activistas especialistas

Durante a visita ao Santo Eg�dio, Lewis foi impressionado pela hist�ria de Ana Maria Muhai (Cora��oAberto), que passou de uma situa��o de desespero para um caso de sucesso de tratamento antiretroviral e activismo contra a Sida.

Muhai, hoje com 86 quilos, chegou a pesar 29 e viveu na pele a discrimina��o, incluindo o abandono pelo marido e pai dos seus oito filhos.

Acompanhado pela mo�ambicana Gra�a Machel, esposa de Nelson Mandela, Lewis apreciou o facto de Muhai ser paga pelo trabalho de activista. �Muitas vezes ningu�m paga a qualquer um�, disse.

Lewis apreciou a �imagina��o� dos activistas HIV+, que chamou de verdadeiros especialistas da epidemia. �Devem ser tomados com seriedade e serem capazes de influenciar pol�ticas�, disse.

Ao cabo de cinco dias ao pa�s, Lewis assinalou que os projectos que viu �mostram que Mo�ambique pode inverter a pandemia se for tomada como uma emerg�ncia�