�Em 1993, a imprensa internacional, dedicou grande atenção ao assassínio do Card. Juan Jesús Posadas Ocampo , morto com catorze tiros no peito num recontro a fogo no aeroporto da sua arquidiocese de Guadalajara enquanto se dirigia para acolher o núncio apostólico. O conflito, que se inscreve na situação de violência do Estado de Jalisco, ocorreu entre dois bandos de traficantes de droga (e não ficou claro se a polícia também participava). As autoridades por muito tempo, insistiram sobre a tese de um erro por parte de um dos bandos, que teria disparado contra o carro do purpurado confundindo-o com o de um dos chefes do bando adversário. Esta versão foi definitivamente abandonada a 24 de Maio de 1999, quando uma comissão mista criada propositadamente pela Igreja mexicana e pelo governo federal, excluiu a possibilidade de um erro. A Igreja católica declarou sempre a existência de um crime premeditado em que os traficantes de droga foram os autores materiais. De resto, o cardeal era conhecido pelo seu empenho: tinha várias vezes condenado a criminalidade organizada e os traficantes de droga. O seu assassínio manifesta a expressão de arrogância dos traficantes de droga e da situação de violência na cidade e no Estado
O cardeal era um pastor, que se tinha formado ainda durante os anos difíceis para a liberdade religiosa no México, quando em casa da sua tia encontrava-se hospedado um seminário clandestino. A partir dos anos Setenta tinha sido bispo de importantes dioceses mexicanas, até à nomeação em Guadalajara e à elevação a cardeal. Foi promotor da beatificação dos mártires mexicanos e, não muito antes da sua morte, tinha assistido à canonização dos mesmos. O card. Posadas representa aqueles cristãos que se opuseram à cultura e à prática mafiosa. Significativamente, caiu morto por mão da violência dos traficantes de droga. �
A. Riccardi, Il secolo del martirio, Milão 2000, pp.410-411 |