Maputo, 16 fev (Lusa) – A Comunidade de Sant’Egidio vai dar formação este ano a 330 presos no norte de Moçambique, em atividades como carpintaria, olaria ou serralharia, no âmbito do programa “Direitos Humanos dos Reclusos”.
O projeto começou em 2009 nas prisões de Lichinga e Cuamba, província de Niassa, norte, e desde então já formou 394 reclusos, disse hoje à Lusa Paola Rolleta, oficial de comunicação da Comunidade de Sant’Egidio em Moçambique.
O objetivo, segundo a Comunidade de Sant’Egidio, é “munir estes indivíduos de conhecimentos e capacidades para quando estiverem em liberdade poderem desenvolver atividades rentáveis e não voltar a cair no mundo do crime”.
Assim, “voltar à liberdade terá um sentido mais pleno”, salienta a Comunidade, movimento laico que nasceu em Roma, em 1968, e que tem estado a desenvolver em Moçambique, desde há muitos anos, vários programas de apoio, nomeadamente nas cadeias.
Os reclusos são escolhidos pelas autoridades prisionais, sendo que o critério primário é que já tenham sido condenados, e durante três meses podem receber formação nas áreas de carpintaria, serralharia, latoaria, olaria ou costura (como alfaiates).
“Tenta-se abraçar o maior número possível de detidos e adequar os cursos às possibilidades de cada detido”, explicou Paola Rolleta.
Só no ano passado, o projeto abrangeu 264 reclusos, 95 em Lichinga e 169 em Cuamba, que receberam os certificados de formação há cerca de uma semana.
Inserido num projeto mais amplo de acompanhamento dos detidos que a comunidade tem vindo a implementar nas prisões moçambicanas, “Direitos Humanos dos Reclusos” está atualmente a dar formação a 120 presos, entre os quais “quatro mulheres em Lichinga e três em Cuamba, que fazem cursos de corte e costura”, acrescentou.
E este ano, a formação vai estender-se também às prisões de Mieze, em Cabo Delgado, e Angoche, em Nampula (ambas no norte), com 140 e 70 detidos, respetivamente.
“Direitos Humanos dos reclusos” está a ser realizado em colaboração com a Direção Nacional moçambicana das Prisões, e financiado pela Embaixada da Holanda em Moçambique.
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