Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
18-25 de janeiro de 2014
De 18 a 25 de janeiro, a Igreja celebra a Semana pela Unidade dos Cristãos, um tempo de reflexão e oração, em união com os cristãos de todas as denominações, enriquecido este ano pela memória do 50º aniversário do histórico encontro entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras de Constantinopla a 5 de Janeiro de 1964.
Nesta semana, a Comunidade de Sant’Egidio, em qualquer lugar do mundo, dedica à invocação
para a unidade, encontros de oração que vêem reunida cada Comunidade
e promove orações e encontros de carácter ecuménico.
Meditação pela Semana da Unidade
Ícone das testemunhas da fé do século XX, detalhe - Basílica de São Bartolomeu na Ilha Tiberina, Roma
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Jesus, ao olhar para os seus discípulos, na hora de ir embora, orou "para que todos sejam um só". Ele havia dito tempo antes: "Eu e o Pai somos um". Talvez, olhando para os seus rostos, tenha-se apercebido de como eram diferentes e como isso poderia dividi-los. Então, no momento da captura, Jesus revela o seu sonho e a sua esperança para os seus discípulos: "que todos sejam um". Assim como Deus, o Pai Todo-Poderoso, Senhor do mundo, é um com Jesus de Nazaré, ele reza para que também os seus discípulos a entrem nesta na unidade desta família. Que sejam um!
Mas nós cristãos estamos divididos. As nossas igrejas e comunidades estão divididas. Não somente diferentes. Diferentes nos cânticos, nas formas de oração, nos modos de vida. Muitos fiéis não seriam capazes de explicar porque essas comunidades e essas Igrejas estão divididas.
Poder-se-ia dizer que a responsabilidade por essas divisões e tantas incompreensões pertence a personagens do passado e a momentos distantes na história.
Um dia, o espírito de divisão entrou. No entanto, as divisões ainda estão entre nós.
Jesus orou também por nós. Na verdade, as divisões estão nos nossos corações. Não apenas teologias, mas atitudes em relação ao outro.
Muitas vezes somos também nós atores da divisão, da insensibilidade, da incompreensão! Somos chamados a responder à oração de Jesus para que sejamos um só, somos chamados a responder nas nossas vidas, todos os dias. Mas como?
Renunciemos à ditadura arrogante do nosso eu, ao cálculo, à insensibilidade ... Renunciemos à ignorância do outro: a viver sem amor. Todos nós precisamos de ser convertidos para o amor, despindo-nos deste velho e consolidado mundo que está dentro de nós, dessa armadura que afasta e fere. Todos nós precisamos de ser convertidos com uma forte oração a Jesus, nosso Senhor, que nos amou e nos abre à vida do amor. Lê-se na primeira Carta de São João:
" Quem confessar que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. " (1 Jo 4, 15 – 16)
Somos todos chamados para sanar as grandes fracturas do mundo, da vida diária, dos nossos ambientes: aquelas que dividem entre simpáticos e antipáticos, ricos e pobres, instruídos e iletrados, que separam os homens das mulheres, etnia de etnia, grupo de grupo, o meu do deles, os meus dos seus, os cristãos de cristãos, cristãos de judeus, cristãos de muçulmanos ... O caminho em que andamos está cheio destas fracturas. A nossa casa tem estas fracturas. O nosso local de trabalho tem essas fracturas. Somos chamados para saná-las com o amor. ão façamos guerra contra qualquer pessoa com as nossas armas, neste tempo de guerra para o mundo.
Neste mundo difícil, vençamos o mal com o bem: com o bem do amor, com o bem da oração, com o bem da esperança, aquela esperança no Senhor Jesus , que sempre nos escuta, que virá em breve e que vai nos dar a paz.
Nós somos um só no amor: façamos um com o outro um pacto de amor. Diferentes nas histórias, nas línguas, na espiritualidade, n os costumes, n a aparência ... Somos um só no amor entre nós crentes. Somos um só entre os cristãos, e o ódio e a guerra serão vencidos pelo amor.
Deste amor surgirá uma força de unidade! Na liturgia bizantina, antes de introduzir a profissão de fé, o Credo, o diácono diz:
" Amemo-nos uns aos outros, para que em unidade de espírito professemos a nossa fé".
Sim, nesta Semana da Unidade, comecemos a amarmo-nos de verdade, para que possamos professar a mesma fé em unidade de espírito.
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