A partir da relação de São Francisco com a natureza nasce a idéia deum desenvolvimento sustentável para o homem e para a economia do terceiro milênio: esta é a leitura do Guardião do Sagrado Convento de Assis Mauro Gambetti, que falou no painel dedicado às questões económicas e sociais no Encontro Internacional de Sant'Egidio em Antuérpia.
Citando fontes franciscanas medievais, o orador argumentou que o Pobrezinho não estava preocupado em "obter o máximo possível daquilo que o rodeiava, sem ter que temer o fim dos recursos". A sua atitude foi, portanto, uma resposta ao princípio de "o que hoje chamamos de desenvolvimento sustentável, pois junta o significado do dom, ou seja o facto de que os seres humanos vivem felizes para o desenvolvimento, com a realidade do dom, isto è o facto de que os seres humanos só podem receber a vida com o que os rodeia e, portanto, estão condenados a morrer se não respeitarem o que os sustenta".
Alternativamente, o orador mencionou "o agir irracional daqueles que acreditam ser donos e exploradores da natureza", e fez inúmeros exemplos: a destruição sistemática da paisagem, o desmatamento, o excesso descontrolado de construção, a manipulação genética, o envenenamento do ambiente. Tentações que se só podem vencer " escolhendo a pobreza como condição de liberdade para viver sem acumulação, utilizando os bens sem apoderar-se deles, gozando a beleza do que existe, sem ceder ao instinto de aproveitá-la". Por outro lado - concluiu - "ou se domina esse istinto ou se é dominados por ele". |