| 16 Novembro 2011 | ROMA, ITÁLIA |
Andrea Riccardi foi convidado a participar no novo governo italiano, com o cargo de Ministro da Cooperação Internacional e da Integração. |
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Andrea Riccardi foi nomeado hoje para fazer parte do novo governo italiano, como ministro da Cooperação Internacional e da Integração. Ele declarou:
 "Num momento difícil, de prova para o país, onde está a decorrer um esforço comum para enfrentar a crise actual, eu aceitei o convite do presidente encarregado, Professor. Mario Monti, para fazer parte do novo governo, na esperança de ajudar a obra de recuperação nacional.
Para responder aos desafios que o nosso país deve enfrentar, coloco-me à disposição, na convicção de que a Itália precisa de unidade. O empenho para a coesão social, para a integração nacional e a cooperação internacional são parte da minha cultura e experiência que amadurecei nestes anos. Acredito que são factores decisivos para um País que reencontra a força para sair da crise." .
Algumas linhas biográficas:
Andrea Riccardi (1950), historiador e fundador da Comunidade de Sant’Egidio é uma das figuras nacionais mais proeminentes na arena internacional. Autor traduzido para vários idiomas, leccionou História Contemporânea nas Universidades de Bari, “La Sapienza”, em Roma, e na Terceira Universidade da Roma. Considerado um dos maiores especialistas sobre a Igreja contemporânea e o diálogo entre religiões e culturas, esperiente em pensamento humanista contemporâneo, é uma voz autorizada na cena internacional como testemunhado pelas graduações Honoris Causa que acompanharam o seu percurso cientifico, desde a Universidade de Louvain, até à Georgetown University.
Riccardi também é conhecido por ser o fundador, em 1968, da Comunidade de Sant’Egidio, uma realidade actualmente difundida em 73 países ao redor do mundo, com uma grande presença em África, América Latina e Ásia, com projectos inovadores no domínio da cooperação internacional, reconhecida como um dos sujeitos mais eficientes a nível mundial, pela paz e a reconciliação: Moçambique, Guatemala, a reunificação da Costa do Marfim, a "paz preventiva" construída no Níger e na Guiné Conakry, são apenas algumas das páginas mais importantes . O programa DREAM, para o acesso gratuito à terapia anti-sida na África subsaariana e o projecto BRAVO! Para o registo civil das crianças invisíveis nos países do Sul do mundo são exemplos de excelência nesta capacidade de inculturação e inovação no domínio da cooperação internacional, manifestada, entre outros, pela Comunidade de Sant’Egidio.
A revista "Time" em 2003 colocou Riccardi na lista dos trinta e seis "heróis modernos" da Europa, aqueles que se distinguiram pela sua coragem profissional e esforços humanitários.
Andrea Riccardi foi premiado a 18 de Novembro de 2004, pela Fundação Internacional Prémio Balzan, do Prémio Balzan 2004 para a humanidade, a paz e a fraternidade entre os povos. O mesmo prémio foi dado ao Papa João XXIII em 1963. A motivação foi: "Para o esforço em relançar no mundo a convivência pacífica entre diferentes grupos étnicos e por ter promovido, independentemente da crença religiosa, a acção humanitária, de paz e de irmandade entre os povos e, em particular pela implementação do programa DREAM para combater a Sida e a malnutrição, que se está a realizar em Moçambique, um modelo concreto para outros países Africanos em dificuldade”.
A 21 de Maio de 2009 foi galardoado com o Prémio Carlos Magno (KarlPreis), que é atribuído a pessoas e instituições que se distinguiram de forma particular na promoção de uma Europa unida e na difusão de uma cultura de paz e de diálogo. Nestes anos foram galardoados principalmente estadistas europeus, como Alcide De Gasperi, Konrad Adenauer, Winston Churchill, Robert Schuman, Carlo Azeglio Ciampi e Angela Merkel. Foi um dos poucos não políticos que obteve o prémio. Lê-se na declaração da motivação: "Para honrar um excelente exemplo de participação cívica em prol de uma Europa mais humana e solidária no seu interior e fora de suas fronteiras, para a compreensão entre os povos, as religiões e as culturas, para um mais pacífico e justo”.
Pelas suas actividades internacionais, especialmente na África, Andrea Riccardi recebeu o Prémio UNESCO para a Paz Houphuet Boigny
Notas sobre a actividade de ensino e publicações
Professor efectivo desde 1981 (com 31 anos), ensinou na Universidade de Bari e na “Sapienza” de Roma. Estudioso da Igreja na idade moderna e contemporânea, mas também do fenómeno religioso como um todo. Entre suas publicações mais recentes: “O Século do Martírio. Os cristãos no século XX “(Mondadori, Milão 2000-2009, traduzido e publicado em dez línguas), “Governo carismático” (Milão 2003), “Viver juntos” (Laterza Roma – Bari, 2006), O "Partido Romano" (Brescia 2007). No livro “O inverno mais longo. 1943-1944: o Papa Pio XII, os judeus e os nazistas em Roma” (Roma-Bari Laterza 2008) trata da história dos meses terríveis da ocupação nazista em Roma e acção da Igreja em favor dos judeus. Em 2011 ele publicou “João Paulo II. A biografia”, (Cinisello Balsamo 2011), que fornece uma visão abrangente do papa como uma grande figura do século XX do qual bem expressa a história.
Declaração de Mario Marazziti sobre o novo governo e cargo ministerial de Andrea Riccardi
A Comunidade de Sant'Egidio, como é sabido, sempre participa, com liberdade e responsabilidade para com a vida do país como um todo, na sociedade civil. Como todos, com paixão, com preocupação, sem fugir do que mesmo em situação de emergência devia ser feito, seguimos nós também, não apenas os grandes desafios da paz e do desenvolvimento mundial, mas também as dificuldades extraordinárias que o país está a atravessar . Do lado daqueles que tiveram e estão a ter mais dificuldade. É um momento de dificuldades extraordinárias para a Itália, mas também uma grande oportunidade para tomar decisões corajosas. Está a decorrer uma crise que já há algum tempo também ataca os sonhos e planos para o futuro das gerações mais jovens. Em alguns casos, uma crise de credibilidade que os mercados têm punido sem medida e além da imaginação, criando regularmente ainda mais problemas. Reencontrar as razões comuns, e a capacidade de viver juntos e de ser um país que sabe ser generoso, atento ao que é humano, com uma visão e uma responsabilidade para com todos.
Com surpresa também para mim, o Andrea Riccardi foi convidado a dar uma contribuição extraordinária, como o Ministro pela Cooperação Internacional e a Integração. Trata-se de mais uma responsabilidade e me parece um sinal muito significativo da qualidade do novo governo. Novo não somente porque acaba de ser anunciado e logo tomará posse, mas porque inovador na estrutura e nas tarefas. Cooperação Internacional e Integração: parece-me de que se dá centralidade a algo importante, e que até agora tem sido considerado um acessório, um luxo, algo não necessário. Parece-me um sinal de esperança para todos na direcção certa.
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