Sob convite da Comunidade de Sant’Egidio, de 21 a 22 de Abril, em Budapeste e em Pannonhalma, na Hungria, decorreram duas importantes conferências da escritora austríaca Ceija Stojka, sobrevivente ao “Porrajmos”, o holocausto dos ciganos durante a segunda guerra mundial.
O primeiro encontro teve lugar no liceu dos beneditinos em Pannonhalma, onde a senhora Stojka foi saudada calorosamente também pelo abade Asztrik Várszegi. O segundo, na capital, foi organizado conjuntamente com a Faculdade de Teologia da Universidade Católica Pázmány Péter de Budapeste e pelo bispo auxiliar János Szekely, responsável da pastoral para os ciganos na conferência episcopal da Hungria.
Nas ambas ocasiões, a senhora Stojka foi escutada por um público numeroso e atencioso, composto sobretudo por jovens estudantes universitários e secundários.
Ceija Stojka contou a história da perseguição, a sua deportação e a sua prisão nos campos de extermínio de Auschwitz, Ravensbrück e Bergen-Belsen que ela viveu quando era criança juntamente com os seus familiares entre os quais muitos foram assassinados. Para além dos factos contados de forma aguda e emocionada, ofereceu também uma reflexão aprofundada sobre a actualidade do seu testemunho.
"Porquê também hoje - perguntou-se – no início do novo século, em países europeus, os ciganos, somente porque tais, sobretudo crianças e outros inocentes são humilhados, maltratados e – como aconteceu na Hungria – até mortos? Com grande firmeza, dirigiu um convite ao seu público jovem: “Deixeis que os meus netos vivam. Aliás ajudei-los a viver. Vós sois o meu manto protector. Se vós defendeis os ciganos, os pequenos, defendereis a vós mesmos. Desta maneira tornar-vos-eis protectores para vós mesmos.” |